Cazuza: Só as mães são felizes -Lucinha Araujo

Você certamente conhece, ou alguma vez já ouviu falar em Cazuza.Mas tanto no filme quanto nas ruas, o que você vê ou ouve falar, são relatos um tanto impessoais sobre a vida do cantor.Se você pedisse para alguém fazer uma biografia da tua vida, existiria alguém mais indicado(a) a esse trabalho do que tua mãe?Que te conhece desde a primeira batida do teu coração, que sentiu teus primeiros movimentos...
Pois é,certamente quando o assunto é Cazuza,ninguém melhor do que a própria mãe, Lucinha Araujo para contar a intensa história de final trágico do filho.
Durante a leitura, me peguei muitas vezes 'brava' com Cazuza, pela forma com que ele as vezes tratava sua mãe, ele era sem dúvidas um garoto mimado, e a mãe não esconde isso noi livro, mas em compensação ela retrata com os mínimos detalhes como o filho se mostrava excessivamente carinhoso com ela, em certas declarações dele cheguei a ficar com lágrimas nos olhos, e nas dela para ele, chorei...
A vida do 'poeta urbano' é contada desde suas origens, desde quando seus pais se conheceram, passa contando de sua infância, de sua adolescência, da carreira no Barão Vermelho, da carreira solo, da doença...E é bem legal ver que a doença não tem um peso maior do que os outros assuntos, como se vê por aí na mídia.As internações dele, os dramas de um soropositivo são contados sim, mas sem fazer do livro, um drama mexicano.
A intensidade, o talento e a genialidade de Agenor(pois é, se você não sabia, Cazuza se chamava Agenor)são expostas com uma sensibilidade que poucas vezes eu vi.E ao ver que uma pessoa assim,'acabou' com seu futuro, por irresponsabilidade, nos leva a uma reflexão e conscientização..
Além de contar toda a história, a mãe ainda aproveita para mostrar um pouco do trabalho na Sociedade Viva Cazuza, um trabalho incrível que merece mais lugar na mídia..
Sem dúvida vale a pena conferir!
Beijão =)

Capitães da areia - Jorge Amado

Se você tem na tua cabeça a ideia de que 'todo clássico é chato', esta é a chance de desfazê-la!
Escrito pelo brilhante Jorge Amado, o livro conta a história de menores abandonados que tem que superar seus medos todos os dias, um velho trapiche abandonado lhes serve de casa e a rua de palco para suas inúmeras aventuras.
Os meninos acabam tendo que roubar para sobreviver,e sofrem um preconceito diário por parte de todos, impossibilitando assim que mudem de vida.
Sem família eles acabam se apegando uns aos outros e constituindo uma grande família de amigos, a partir daí, histórias de lealdade e companheirismo aparecem aos montes.
Falando assim, até parece uma obra infanto-juvenil, pode até ser, mas é muito mais do que isso.Há uma crítica muito forte ao sistema da época(que permanece até hoje, por isso a obra se mantém tão atual), a diferença de classes sociais fica escancarada, o descaso do governo, das pessoas e do clero também.
Durante a narrativa, há a entrada de uma menina ao grupo de meninos, nesse momento é perfeitamente notável a falta que todos eles sentem de uma mãe, isso faz com olhemos a nossa com outros olhos, lhe dando o devido valor.
Uma das partes mais emocionantes do livro é quando J. Amado consegue descrever de uma forma incrível a alegria dos meninos ao andar em um brinquedo de um parque.Algo que para nós parece uma coisa tão simples..
A obra já virou filme, mas de um diretor americano, talvez por isso não tenha dado muito certo.No entanto, este ano, vai virar filme outra vez, mas agora será dirigido pela neta do autor, como eu sempre digo que é melhor ler o livro primeiro e depois ver o filme, talvez seja a hora exata de se encantar com essa maravilhosa e emocionante história.
Creio que o objetivo desse livro quando foi escrito, era fazer com que as pessoas abrissem os olhos para essa realidade, o que podemos ver que não aconteceu, mas quem sabe você, depois de ler, não comece a encarar os menores abandonados com outros olhos?Será que dá pra condenar todas as pessoas que fizeram mal aos meninos durante a obra e continuar de olhos fechados para o menino que vende bala no sinal?

Olga -Fernando Morais

O livro conta a história da brilhante Olga,desde os tempos em que começou a se interessar pela política até sua trágica e já conhecida morte.
A grande vantagem do livro sobre o filme, é que ele enaltece muito mais o lado político da história, e conta a trajetória da brilhante comunista em minuciosos detalhes.
É impossível não virar fã dessa mulher após ler o livro, seus feitos, sua dedicação, são contados de forma envolvente por Fernando Morais, e não há em momento algum uma idealização de Olga por parte do autor, ele simplesmente conta a história como ocorreu, a admiração nasce naturalmente.
A obra conta ainda com as cartas escritas por Olga no período em que estava presa, é impossível não chorar ao lê-las, principalmente a última.É possível imaginá-la escrevendo as cartas, ou melhor, as lendo para você...
Fernando mostra todo o lado forte, corajoso dela durante todo o livro, mas nas suas cartas, Olga mostra seu lado mulher apaixonada, seu lado sensível, seu lado mãe.
As fotos contidas no livro ajudam a imaginar ainda com mais detalhes toda a história.
A história é feita para contagiar admiradores de bons livros de ação, de aventura e de romance...
É o típico livro que você lê com dor no coração, não quer que acabe!Mas quando acaba, fica sempre uma lição, o livro deixa um exemplo de como persistir, lutar, ir em busca do que se acredita!É muito melhor do que livro de auto-ajuda!Fora que foi uma aual de história das mais gostosas que já tive!
E o filme?
O filme é baseado nesse livro, embora foque muito mais no romance entre ela e seu marido( é feito plea Globo, né?) ainda assim achei bem legal,principalmente pela atuação FANTÁSTICA de Camila Morgado que fez o papel da Olga, acho que funciona como um complemento do livro, se você assistir ao filme depois de ler o livro, com certeza vai adorar, e se emocionar MUITO..
Boa leitura =).